Origem Histórica das Runas

   Não se sabe ao certo onde ou quando as Runas surgiram. Supõe-se seu surgimento em torno de 200 a.C. Sua origem é cercada de mistério, segredos, suposições, interpretações e teorias. Seu próprio nome confirma: a raiz indo-européia ru significa “algo misterioso”; a palavra run, em norueguês arcaico, significa “segredo”; a palavra runa, em alemão antigo, significa “sussurro”; os termos saxões e góticos roun, rown, significam “sussurro misterioso” o que sugere que as Runas eram usadas para transmissão oral de um conhecimento sagrado, espiritual e ancestral, pelos antigos sacerdotes e xamãs, sendo uma forma secreta de iniciação. Contudo, mesmo possuindo nomes e sons significativos, não chegou a ser uma língua falada, e apesar de seu uso frequente na era Viking (800 - 1100 d.C.), as Runas vieram muito antes deles. 

   Uma teoria interessante sobre origem das Runas é a etrusca (1200 a.C. e 700 a.C). Os etruscos eram um povo enigmático que vivia ao norte da Itália e tinham uma civilização e cultura avançadas. Essa hipótese se sustenta na descoberta arqueológica, na Áustria, de 26 elmos de bronze, datados do século IV a.C. gravados com palavras alemãs e caracteres etruscos (semelhantes às Runas). A escrita etrusca teria sido adaptada e difundida por várias tribos teutônicas, indo além do Mar do Norte.

   Outra teoria, e a com maior respaldo histórico — apoia-se na semelhança das Runas com antigas inscrições rupestres encontradas em vários lugares da Europa, ao longo da Idade do Bronze e do Ferro (1300-800 a.C.). Chamada Hallristinger, que consiste em símbolos pictográficos de significado religioso, com figuras variadas de círculos, rodas solares, suásticas, espirais, triângulos invertidos, árvores, mãos espalmadas, marcas de pés, barcos e ondas — símbolos atribuídos aos cultos neolíticos da Deusa Mãe e da adoração ao Sol (considerado pelos povos nórdicos uma divindade feminina). Alguns autores afirmam que esses petróglifos teriam sido a origem de uma linguagem simbólica e mágica utilizada pelos xamãs do período neolítico. O povo etrusco, um dos herdeiros dessa tradição, teria adaptado os símbolos e os incorporado à sua linguagem escrita, ensinada também aos seus vizinhos, os teutônicos.

   Na teoria esotérica dada por correntes ocultistas alemãs (Guido Von List e Friedrich Bernard Marly), as Runas são códigos cósmicos do povo teutônico, formulados e utilizados por uma poderosa cultura anti-diluviana desaparecida, associada às lendas sobre Atlântida, Thule e Hiperbórea.

   Do ponto de vista histórico comum e exotérico, as Runas eram um sistema fonético e gráfico usado até o século XIV na Suécia, até o XVII na Islândia e até o XIX nas regiões remotas da Noruega. Apesar do seu uso contínuo, esse sistema sofreu várias modificações.

   Do ponto de vista esotérico, as Runas consistem numa “metalinguagem”, ou seja, num sistema simbólico complexo que permite a transmissão de outros significados, além dos normalmente expressos por uma língua. Nesse sentido, elas são como a poesia antiga, que eram usadas para preservar e transmitir conhecimentos místicos.

   Em razão da grande diversidade de locais em que foram encontradas inscrições rúnicas, é difícil precisar quais povos as gravaram. A maior quantidade de achados foi feita em sítios arqueológicos do sul da Noruega e da Suécia, bem como nos pântanos da Dinamarca. Foram também descobertas inscrições e objetos gravados na Polônia, na Hungria, na Romênia, na Iugoslávia e na Rússia. Na Escandinávia, foram encontradas inúmeras bracteatas — discos de ouro gravados com símbolos pictográficos e Runas —, utilizadas como amuletos até o fim da Idade Média, apesar da perseguição cristã, e provas preciosas da existência dos alfabetos rúnicos.

   As Runas eram gravadas em uma grande variedade de objetos: armas, fíbulas (broche), amuletos, ferramentas, anéis, chifres (usados como canecas), pulseiras, anéis e medalhões. A maioria tinha função mágica (mesmo se usadas no vestuário ou no ambiente doméstico) e visava atrair a sorte, afastar o mal, consagrar ambientes, possibilitar o intercâmbio com os espíritos ancestrais e pedir a ajuda ou a proteção das divindades.

   As línguas usadas eram a proto-germânica e a proto-nórdica, que depois deram origem aos dialetos norueguês, sueco, dinamarquês, holandês, alemão, inglês e frísio. Nas fórmulas rúnicas era utilizada, no entanto, ora a arcaica, ora uma linguagem cifrada ou secreta.

   O primeiro sistema rúnico conhecido é o alfabeto Futhark (chamado Futhark Antigo), composto de 24 Runas, divididas em três famílias de oito, chama das Ættir. Seu nome deriva das primeiras seis Runas que o compõem e supõe-se que seu surgimento tenha ocorrido em torno de 200 a.C. Esse alfabeto serviu como base para inúmeras inscrições encontradas na Europa, das quais, infelizmente, apenas poucas foram preservadas. As inscrições mais antigas, que datavam dessa época, eram feitas sobre pedras e metais; posteriormente começaram a ser utilizados em osso e madeira que, por serem perecíveis, não sobreviveram à passagem do tempo.

   As Runas também eram utilizadas no lugar dos números nos antigos calendários escandinavos, chamados clog almanaks ou runestocks.

   O sistema rúnico sofreu grandes variações entre o século VII e o XV adotando outros sons e nomes (Futhark Novo, Futhork anglo-saxão, alfabeto de Northumbria) E entre 1050 e 1450, surgiram as chamadas Runas medievais, cuja modificação posteriormente levou à criação do alfabeto gótico, utilizado até o século XVIII, principalmente em cartas e manuscritos de conteúdo tanto religioso quanto profano.

   Para os pesquisadores puristas, não há nenhuma dúvida de que o Futhark de 24 Runas é o mais antigo e tradicional de todos os sistemas, afirmação que não invalida o uso dos outros sistemas para práticas mágicas e oraculares.

Fonte Bibliográfica:
Mistérios Nórdicos - Mirella Faur.
Livro de Runas Ralph Blum.
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